Mais uma vez começo um post dessa forma: pensem em um conto sensacional e mais ainda, é algo tão tenebroso, esquisito, diferente, inesperado e, porque não dizer, tão surpreendente que faz com que os leitores, ao mesmo tempo que sintam nojo, não consigam parar de ler.
Originalmente o conto foi escrito por Chuck PalahniuK, o mesmo maluco que criou O CLUBE DA LUTA, e foi publicado na revista PLAYBOY em 2004. Fala sobre 3 jovens que praticam o que pode se chamar de masturbação extrema.
Clube da Luta |
Pode parecer maluquice, mas quando o autor leu o conto para as audiências. Alegadamente mais de 35 pessoas desmaiaram ao ouvir a leitura, embora os eventos sejam factuais, a veracidade das reações é bastante discutida.
A morte narrada na piscina é talvez uma das coisas mais inesperadas que eu li nos últimos tempos.
Um amigo meu, que escreve um blog chamado de Biblioteca Mal Assombrada , escreveu esse comentário: "Enfim, um livro difícil de classificar, mas que possui uma das histórias mais FODA que já li. Talvez essa minha resenha seja prejudicial para quem ficou curioso, já que devo ter elevado suas expectativas às alturas (e quando ficamos com grande expectativa, a possibilidade de nos decepcionarmos é grande), mas não consigo me segurar quando falo desse conto. Então, faça um favor a si mesmo e leia! Não me importo se você vier mentir que achou fraco ou que eu sou um maricas, ou que concorde comigo de cara. Apenas leia com o estômago na boca e respire aliviado quando chegar ao fim... isto se você conseguir chegar ao fim de Tripas."
O resto da resenha sobre o livro que será lançado aqui no Brasil, com o título de ASSOMBRO, pode ser lida também na biblioteca. Leiam e visitem o blog porque é muito bacana.
Não é um conto para qualquer um ler, mas é bem adequado aqui para o blog do crime.
Esse texto é foda! |
Vou postar apenas uma parte do conto, e com uma fonte pequena para não ocupar muito espaço. Recomendo a quem quiser lê-lo, que vá a um site que o tenha postado por inteiro.
http://lendasurbanas.wordpress.com/2007/03/13/guts-chuck-palahniuk/
http://lendasurbanas.wordpress.com/2007/03/13/guts-chuck-palahniuk/
Inspire.
Inspire o máximo de ar que conseguir. Essa estória deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar sua respiração, e um pouco mais. Então escute o mais rápido que puder.
O que me fez ter problemas, eu chamava de Pesca Submarina. Isso era bater punheta embaixo d’água, sentando no fundo da piscina dos meus pais. Pegando fôlego, eu afundava até o fundo da piscina e tirava meu calção. Eu sentava no fundo por dois, três, quatro minutos. Só de bater punheta eu tinha conseguido uma enorme capacidade pulmonar. Se eu tivesse a casa só para mim, eu faria isso a tarde toda. Depois que eu gozava, meu esperma ficava boiando em grandes e gordas gotas.
Depois disso eram mais alguns mergulhos, para apanhar todas. Para pegar todas e colocá-las em uma toalha. Por isso chamava de Pesca Submarina. Mesmo com o cloro, havia a minha irmã para se preocupar. Ou, Cristo, minha mãe.
Esse era meu maior medo: minha irmã adolescente e virgem, pensando que estava ficando gorda e dando a luz a um bebê retardado de duas cabeças. As duas parecendo-se comigo. Eu, o pai e o tio. No fim, são as coisas nais quais você não se preocupa que te pegam.
A melhor parte da Pesca Submarina era o duto da bomba do filtro. A melhor parte era ficar pelado e sentar nela. Como os franceses dizem, Quem não gosta de ter seu cú chupado? Mesmo assim, num minuto você é só um garoto batendo uma, e no outro nunca mais será um advogado.
Num minuto eu estou no fundo da piscina e o céu é um azul claro e ondulado, aparecendo através de dois metros e meio de água sobre minha cabeça. Silêncio total exceto pelas batidas do coração que escuto em meu ouvido. Meu calção amarelo-listrado preso em volta do meu pescoço por segurança, só em caso de algum amigo, um vizinho, alguém que apareça e pergunte porque faltei aos treinos de futebol. O constante chupar da saída de água me envolve enquanto delicio minha bunda magra e branquela naquela sensação. Num momento eu tenho ar o suficiente e meu pau está na minha mão. Meus pais estão no trabalho e minha irmão no balé. Ninguém estará em casa por horas.
Minhas mãos começam a punhetar, e eu paro. Eu subo para pegar mais ar. Afundo e sento no fundo. Faço isso de novo, e de novo. Deve ser por isso que garotas querem sentar na sua cara. A sucção é como dar uma cagada que nunca acaba. Meu pau duro e meu cú sendo chupado, eu não preciso de mais ar. O bater do meu coração nos ouvidos, eu fico no fundo até as brilhantes estrelas de luz começarem a surgir nos meus olhos. Minhas pernas esticadas, a batata das pernas esfregando-se contra o fundo. Meus dedos do pé ficando azul, meus dedos ficando enrugados por estar tanto tempo na água.
E então acontece. As gotas gordas de gozo aparecem. É nesse momento que preciso de mais ar. Mas quando tento sair do fundo, não consigo. Não consigo colocar meus pés abaixo de mim. Minha bunda está presa.
Médicos de plantão de emergência podem confirmar que todo ano cerca de 150 pessoas ficam presas dessa forma, sugadas pelo duto do filtro de piscina. Fique com o cabelo preso, ou o traseiro, e você vai se afogar. Todo o ano, muita gente fica. A maioria na Flórida. As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Nem mesmo os franceses falam sobre tudo. Colocando um joelho no fundo, colocando um pé abaixo de mim, eu empurro contra o fundo. Estou saindo, não mais sentado no fundo da piscina, mas não estou chegando para fora da água também. [...]
Você. Agora você pode respirar. Eu ainda não.
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Filme nota 10
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